23/10/2007

Passagem pelo Improviso


Olá pessoal, quero partilhar com vocês a minha passagem pelo Grupo Improviso. Decorria o ano lectivo de 2002-2003 e decidi entrar para o grupo. Era para ter entrado no ano anterior, mas disseram-me que já estava lotado. O primeiro contacto foi estranho, porque embora seja uma pessoa extrovertida, o teatro faz com que as pessoas se exponham, e no grupo onde me acabava de inserir, não tinha relações de amizade, era tudo novo, e não havia aquele à vontade que temos com os nossos amigos. Tinha agora de encarar uma professora que não conhecia, colegas que não conhecia, e esse ”senhor” chamado TEATRO.

As semanas passavam e os medos ficavam para trás das costas, tudo se tornava “gozo” pessoal. Os exercícios de união de grupo e de confiança, propostos pela professora, foram determinantes para que tal sucedesse. Rapidamente fiz relações de amizade, e estava sempre desejando que chegasse a quarta-feira para ter ensaio.

A Prof. Teresa chegou num dia e comunicou que já tinha escrito uma peça para fazermos, a partir das nossas improvisações. A minha primeira reacção foi de felicidade, porque íamos realmente fazer teatro, mas, ao mesmo tempo, estava cheio de medo… e aí deixou de ser um trabalho de integração/iniciação e passámos a ensaiar com um fim. Lembro-me que tive imensas dificuldades, e como na altura tinha o sotaque algarvio acentuado, “cantava muito a falar” e não terminava a palavras, uma tendência tipicamente algarvia. Em tudo onde me meto, levo a sério, e sou responsável, foram raras as vezes que faltei, e lembro-me que às vezes ficava chateado com os colegas que não iam, porque o teatro não é uma arte de uma pessoa, mas sim de um todo.

Pisei pela primeira vez um palco dia 30 de Maio de 2003 com a peça “Se tu me am@sses..”. Foi um dia frenético, estava muito nervoso, ainda para mais, porque a plateia estava repleta de familiares e amigos.Tudo me saiu mal, lembro-me de ter que apanhar um fio em cena e, por mais que tentasse acalmar-me, não consegui, as minhas mãos tremiam como se tivesse na Sibéria todo nu.

Seguiram-se mais espectáculos, um em Olhão, que já correu melhor, e o último, já eu estava na Universidade e a professora Teresa telefonou-me. Recordo-me como se fosse hoje, disse que tínhamos um espectáculo para apresentar na Universidade do Algarve, onde ia estar presente um colosso do teatro, o Sr. João Mota, e a prof. disse-me que eu tinha de ir a Faro, fazer o espectáculo, porque não tinha ninguém para me substituir, mesmo já não pertencendo ao grupo. Foi o último dia de “Improviso”. Tive pena de não ter ido à Póvoa de Varzim, mas não se pode ter tudo.


A minha mensagem para quem está no Grupo Improviso é que se apliquem, não faltem, cheguem a horas, e acima de tudo, brinquem e disfrutem ao máximo, e se eventualmente, alguém quiser seguir o Teatro a nível profissional, têm que ser muito persistentes e ponderar muito bem se é isso que querem.

Grande Abraço a todos

João de Brito

1 comentário:

Anónimo disse...

Olha o João! Há tanto tempo que não te via!
Bem grandes recordações dessa peça! Nunca mais olhei para uma lista telefónica da mesma maneira...
Espero que esteja tudo bem!
Um beijinho, Ana Isa